by Marcelo Forggi - Sommelier e Advogado

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Champagne ajuda a memória


O vinho tinto já conquistou os médicos pelos seus poderes antioxidantes e outros benefícios à saúde, agora chegou a vez dos espumantes e champagnes.

Os estudos

Uma pesquisa realizada em uma universidade britânica provou que a bebida melhora a memória espacial e ajuda a gravar novas memórias. Além de neutralizar a perda de memória associada ao envelhecimento, e ainda pode ajudar a retardar o aparecimento de doenças degenerativas do cérebro, como a demência.

Tais benefícios se originam de polifenóis, que são encontrados nas uvas vermelhas de alguns espumantes. Champagne possui níveis relativamente elevados de compostos fenólicos, em comparação com o vinho branco, pois derivam predominantemente a partir de duas uvas tintas, Pinot Noir e Pinot Meunier, juntamente com a uva branca Chardonnay.

Pesquisadores da Reading University testaram a bebida em ratos. O teste fez metade dos animais ingerir a bebida com o jantar e a outra metade não. Depois, os animais foram colocados em um labirinto em busca de comida e, cinco minutos após serem retirados de lá, foram colocados novamente no labirinto. O objetivo era ver quais lembravam melhor do caminho.

Os benefícios

O resultado trouxe a comprovação: 70% dos roedores que ingeriram o champagne acharam a trilha, contra 50% dos ratos que não receberam a bebida. Depois de consumir durante seis semanas espumantes no jantar, os animais apresentaram um aumento de 200% nas proteínas que ajudam na retenção de memória.

O Professor Jeremy Spencer,  do Departamento de Alimentos e Ciências Nutricionais, da Reading University, afirmou: "Estes resultados podem ilustrar pela primeira vez, que o consumo moderado de champagne tem o potencial de influenciar o funcionamento cognitivo, como a memória. Tais observações foram relatadas anteriormente com vinho tinto, também por meio das ações de flavonóides contidos nele”.  

Os estudos apontam que os efeitos são válidos apenas para o consumo moderado, sendo de uma a três taças por semana. Vale lembrar que é necessário que o champagne ou espumante tenham uvas vermelhas em sua composição.


terça-feira, 29 de outubro de 2013

Cristãos iranianos são condenados a 80 chicotadas por beber vinho

Quatro homens foram sentenciados depois do “crime” de beber vinho na comunhão


A intolerância religiosa é definitivamente um dos problemas do “mundo antigo” que não foi solucionado até os dias de hoje. Uma das últimas demonstrações desse problema ocorreu no Irã. Segundo um boletim de notícias católico, Independent Catholic News, quatro cristãos foram sentenciados a levar 80 chibatadas depois de terem bebido vinho durante a comunhão, prática comum no catolicismo, mas proibida pelo islamismo.

A corte da cidade de Rasht, autuou Behzad Taalipasand, Mehdi Reza Omidi, Mehdi Dadkhah and Amir Hatemi, membros da “Igreja do Irã”, e eles têm até quarta-feira, dia 30 de outubro, para recorrerem.

“As sentenças impostas a esses membros da Igreja do Irã efetivamente criminalizam os sacramento cristão da comunhão e constituem uma violação inaceitável do direto de praticar sua fé livre e pacificamente”, aponta Mervyn Thomas, diretor do instituto Christian Solidarity Worldwide. “

"Nós pedimos às autoridades iranianas para garantir que as práticas e os procedimentos legais do país não contradigam sua obrigação internacional sob a Convenção Internacional de Direitos Civis e Políticos, para garantir a plena liberdade de religião ou crença de todas as comunidades religiosas", acrescentou.


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Vinho evita pedra nos rins


De acordo com uma pesquisa realizada por pesquisadores nos EUA e na Itália, consumir bebidas como vinho (tinto e branco) e café pode diminuir o risco de ter pedras no rim.

Durante oito anos, os especialistas estudaram os hábitos de cerca de 194 mil pacientes que nunca haviam sofrido do problema. Uma ou duas vezes por ano, eles reportavam o que haviam bebido e se havia alguma ocorrência de pedras no rim.

Com base nos resultados, a equipe concluiu que as bebidas associadas ao baixo risco de aparecimento de pedras no rim são, em ordem decrescente, a cerveja (41%), o vinho branco (33%), o café (33%) e o vinho tinto (31%).

Entre as bebidas que mais aumentam as chances estão refrigerantes, bebidas adoçadas artificialmente e ponches.

Fonte: Revista Adega


Vinho e a dor de cabeça

O mais comum é associarmos as palavras vinho e dor de cabeça à ressaca. Mas algumas pessoas sofrem dessas dores com apenas uma taça do fermentado. Entre as explicações populares está o efeito do SO2, que é o conservante existente na bebida.

O SO2, também conhecido como dióxido de enxofre ou anidrido sulfuroso, é adicionado ao vinho tinto para protegê-lo contra os efeitos da oxidação, atuando como um agente antimicrobiano. Além de ser adicionada ao fermentado, a substância também é produzida naturalmente pelas leveduras durante a fermentação.

Entretanto, não há conclusões definitivas sobre esse elemento ser o causador das dores de cabeça. Os sulfitos também estão presentes em damascos e outros frutos secos, alimentos que também trariam mal estar quando consumidos, caso a culpa fosse totalmente desta substância.

O fato de os vinhos brancos estarem menos relacionados às dores de cabeça, mesmo com uma maior dosagem de SO2, permite apontarmos outros culpados para o possível mal estar.

Nestes casos as histaminas, a tiramina e os taninos são os segundos suspeitos.

As histaminas são produzidas pelo organismo e ingeridas por meio dos alimentos. Os vinhos tintos contêm de 20% a 200% mais da substância que os brancos e pessoas alérgicas podem ter os vasos sanguíneos dilatados e contraídos, resultando no mal estar.


Já a tiramina prejudica mais durante a ingestão de vinhos muito jovens ou aqueles que não são adequadamente filtrados ou foram mal estocados. Os taninos atuam como potentes antioxidantes, servindo para conversar, dar cor e aroma ao vinho. No entanto, são liberadores de serotonina, um neurotransmissor que em altas quantidades pode provocar este desconforto.

O mais provável é que o mal estar, na verdade, seja resultado de um somatório de fatores, cabendo a cada consumidor identificar o que mais lhe afeta.

No entanto, existem algumas dicas para tentar evitar dores de cabeça após o consumo do néctar de Baco:

- Tente sempre escolher vinhos de boa qualidade;

- Prefira vinhos com teor baixo de álcool;

- Lembre-se de ingerir água entra uma taça e outra para manter-se hidratado.

O segredo para quem tem dores frequentes é adaptar-se, sem deixar de usufruir dos benefícios que um bom vinho pode trazer para a sua saúde e para a sua vida.


quarta-feira, 9 de outubro de 2013

CÂNCER DE MAMA



Numerosos estudos médicos têm produzido evidências de que o vinho pode ajudar a prevenir alguns tipos de câncer, e até a tratá-los. Dessa vez, a boa notícia do mundo de Baco é para as mulheres que sobreviveram ao câncer de mama.

Trata-se de um estudo do Fred Hutchinson Cancer Research Center, realizado com cerca de 5.000 pacientes de câncer de mama, e publicado recentemente no Journal of Clinical Oncology.

Fred Hutchinson Cancer Research Center é uma organização de pesquisa sem fins lucrativos, que trabalha pela prevenção, detecção e tratamento do câncer e de doenças relacionadas. De renome mundial, conta com três cientistas reconhecidos pelo prêmio Nobel.

Segundo esse estudo, as mulheres que tiveram câncer de mama não precisam virar abstêmias, e podem, inclusive, beneficiar-se do consumo moderado de vinho.

Contrariando pesquisas anteriores, que relacionavam o consumo de álcool ao aumento do risco de desenvolver câncer de mama, esses pesquisadores afirmam que o hábito de beber vinho, antes e depois do diagnóstico, não tem impacto sobre as taxas de sobrevivência à doença.

Os pesquisadores revelaram que o consumo de álcool nos anos que antecederam o diagnóstico não foi associado com a probabilidade de morrer de câncer de mama.

Na realidade, o estudo afirma, inclusive, que o consumo moderado traz até um pequeno benefício para essas mulheres, na medida em que diminui o risco de morte por doença cardiovascular, que é a principal causa de mortalidade entre as mulheres que ficaram curadas do câncer de mama.

Aquelas mulheres que relataram ter consumido entre 3 e 6 taças de vinho por semana, nos anos que antecederam o diagnóstico, demonstraram ter 15% menos chance de morrer de doenças cardiovasculares do que as que se declararam abstêmias.

Polly Newcomb, o principal autor do estudo, e diretor do Programa de Prevenção ao Câncer do Fred Hutchinson Center, aventou, ainda, a possibilidade das mulheres que bebem com responsabilidade serem mais sensíveis às terapias hormonais, o que ainda precisa ser mais pesquisado.

Sempre vale lembrar que moderação é palavra de ordem, que a opinião que realmente importa é a do seu médico, e que, se há controversas mesmo entre cientistas, imagine, então, entre nós, leigos no assunto, mas amantes do vinho!



quinta-feira, 3 de outubro de 2013


Conheça o aplicativo para vinhos Vivino Wine Scanner

As redes sociais chegaram aos enófilos. Apreciadores de vinho agora contam com uma maneira prática para obter informações sobre determinada bebida, sem a necessidade de consultar sites especializados ou enólogos. Diante de uma rede com mais de 800 mil rótulos cadastrados, o aplicativo Vivino Wine Scanner, feito para Android e iPhone, é um dos mais populares da categoria, que já conta com inúmeros lançamentos.

Lançado em 2009, pelo dinamarquês Heini Zachariassen, o programa reconhece os rótulos das garrafas através da captação de imagem. Para saber sobre um vinho específico, basta fotografá-lo e aguardar poucos segundos para que o programa lance informações sobre a bebida, como nome, produtor, casta, safra, região, composição, locais de venda e sugestões de harmonização.

Um dos maiores atrativos do aplicativo é a avaliação. Cada rótulo reconhecido possui uma nota, que é elaborada através do cruzamento de pontos fornecidos pelos usuários que já consumiram o vinho. O sistema funciona através de estrelas: 1 – Não gostei, 2 – Ok, 3 – Bom, 4 – Ótimo e 5 – Sensacional. Através da pontuação, o programa elabora rankings. Por exemplo, ao reconhecer o pinot noir Doña Paula, o Vivino lança os seguintes dados: quatro estrelas na classificação geral,  com avaliação de 58 bebedores.  Pelo aplicativo, o vinho é considerado o 2.988º melhor da Argentina (de 28 mil rótulos cadastrados), o 22º melhor (de 210) da sua vinícola e o 91.698º melhor vinho do mundo (de 865 mil registros).



A classificação também traz uma descrição da vinícola para quem não confia apenas nos números. O texto usualmente traz explicações sobre cor, aroma, acidez, entre outras especificidades. Se o Vivino não reconhece um rótulo, ele estabelece um prazo de até dois dias para que o cadastro seja inserido no sistema.

Cada usuário assume um perfil semelhante ao do aplicativo de fotos Instagram (com o layout todo em cor de vinho, é claro). Os amigos podem ser importados e convidados através do Facebook. As imagens ficam organizadas na ordem em que foram incluídas. O aplicativo não contém mecanismo de busca pelo nome do vinho, mas as bebidas podem ser encontradas pelo filtro de “preço mais baixo”, “preço mais alto” e “melhor classificado”, caso o usuário deseje encontrar um vinho que bebeu há algum tempo.

Outra característica fundamental do aplicativo é que ele é gratuito. Quem quiser pagar US$ 4,99 mensais e se tornar um usuário Vivino PRO pode obter mais sofisticação, embora o sistema seja completo para quem deseja apenas ter uma ideia geral sobre o vinho que está escolhendo, bebendo ou comprando.

Na esfera social, o programa permite “curtir” o vinho do amigo, adicioná-lo a sua lista de desejos (para ter onde consultar na hora da dúvida) e comentar. Outra ferramenta interessante é a de localização. O Vivino procura locais de comercialização próximos ao usuário, como restaurantes, supermercados e lojas que vendem os vinhos cadastrados.

O sistema ainda não inclui bebidas brasileiras, sendo os rótulos mais populares da França, Espanha, Itália, Estados Unidos, Chile, Argentina, Austrália, Alemanha e Portugal.

De acordo com o site do aplicativo, estão inseridos no programa mais de 32 mil vinícolas, 849 mil vinhos, 44 regiões produtoras, 48 países, 538 castas, 1,8 milhões de avaliações, 175 mil pontos de comércio e 112 mil vinhos com preços.

Confira o vídeo explicativo lançado pelo Vivino:





E.L. James lança linha de vinhos com a marca ‘50 Tons de Cinza’

A autora lança linha de vinhos, bebida preferida do casal Anastasia e Christian Grey


A britânica E.L. James pode até não saber se vai continuar a escrever ficção erótica, dando sequência a seu fenômeno Cinquenta Tons de Cinza, mas ela certamente encontrou uma forma de continuar em evidência e de turbinar sua conta bancária. Em março de 2012, ela vendeu os direitos de adaptação dos livros para o cinema por 5 milhões de dólares e, agora, acaba de lançar uma linha de vinhos com a marca de sua trilogia erótica, já que Anastasia e Christian Grey, os protagonistas da série, estão sempre com uma taça de vinho na mão.

E.L. James também fez o texto de apresentação das bebibas: “O vinho é parte importante no enredo de Cinquenta Tons de Cinza, ele contribui para a sensualidade impregnada nos encontros dos personagens. Eu sempre gostei de um bom vinho, então combinar duas das minhas paixões para fazer Red Satin e White Silk foi uma consequência natural da trilogia Cinquenta Tons de Cinza. Espero que todos vocês se enrosquem com uma taça enquanto aproveitam o romance de Anastasia e Christian”.

Red Satin mistura aromas de cereja, cacau em pó, creme de caramelo e baunilha e cravo. Já White Silk é um misto de aromas florais de lichia e mel com grapefruit, pera e um leve toque de caramelo. Nos rótulos das garrafas, uma sugestiva frase, proferida à exaustão por Christian Grey nos romances de E.L. James: "You are mine" (Você é minha). As garrafas custam 17,99 dólares, cerca de 39 reais, e estão disponíveis para venda online para residentes dos Estados Unidos. 



domingo, 29 de setembro de 2013

Todo vinho é saudável?


Que o vinho traz benefícios reais à saúde, quando consumido com moderação, parece que quase todo mundo já sabe. Mas será que existem alguns vinhos que são mais saudáveis do que outros?

O segredo está na quantidade de componentes antioxidantes presentes em cada taça, como procianidinas e resveratrol, encontrados principalmente nas cascas e sementes das uvas. E todos os tipos de vinho possuem esses componentes, só que em maior ou menor escala.

A escolha do seu vinho, é claro, não será definida somente pelo potencial benéfico dele. 

Antes de mais nada, prevalece seu gosto pessoal, é claro. Mas veja quais são as pistas para identificar quais vinhos podem ser os mais saudáveis!

Por tipo de uva

A cepa considerada a mais saudável de todas é a Tannat, com sua casca grossa e quantidade de sementes superior à média (5 sementes por bago, enquanto o comum são apenas 2 ou 3). Outras cepas que se destacam pelo natural potencial de benefício para a saúde são: Cabernet Sauvignon, Nebbiolo, Petit Verdot, Sangiovese, Tempranillo, Malbec e Shiraz.

Por outro lado, algumas cepas naturalmente apresentam menos componentes antioxidantes, não tendo, portanto, o mesmo potencial benéfico: Cabernet Franc, Carmenère, Pinot Noir, Barbera, Zinfandel, Primitivo, Grenache, Merlot e Gamay.

Por estilo de vinificação

Como as procianidinas e o resveratrol, bem como outros polifenois do vinho, estão presentes nas sementes e cascas das uvas, o estilo de vinificação também afeta enormentemente o valor benéfico de cada vinho.

O segredo dos vinhos mais saudáveis, em relação ao método de produção, é a duração dos processos de fermentação e da maceração, ou seja, a duração do contato com as cascas e sementes. Por isso, encontramos mais antioxidantes nos vinhos tintos, embora brancos envelhecidos em carvalho também possam ser bastante tânicos e saudáveis.
Sendo assim, pequenas produções artesanais, como vinhos de autor, costumam ser mais saudáveis que os grandes lotes de produção comercial.

Por região de origem

Sem nos esquecermos de que é uma generalização, é possível ter uma orientação dos vinhos mais saudáveis, também conforme a região de origem:

Australianos tendem a ter menores níveis de procianidinas, mesmo quando produzidos com a tânica uva Shiraz. Os tintos de Bordeaux e da Borgonha estão entre os moderados, assim como os espanhóis.

Italianos do Sul, incluindo os insulares de Sicília e da Sardenha, em geral têm altos níveis de procianidinas. Californianos produzidos com Tannat ou com Cabernet Sauvignon merecem destaque nos benefícios à saúde. E argentinos, como o Malbec, costumam ter alguns dos mais altos níveis de antioxidantes.

De qualquer maneira, vale ressaltar: o consumo moderado de vinho traz inúmeros benefícios à saúde, mas não é indicado para todas as pessoas. Na dúvida, consulte um médico.


sábado, 28 de setembro de 2013

Evento aponta melhores vinhos da safra 2013

Avaliação Nacional de Vinho reuniu 800 pessoas em Caxias do Sul

Por Erik Farina


Foram conhecidos na tarde deste sábado, no Centro de Eventos de Caxias do Sul, os 16 vinhos mais representativos da safra 2013 no Brasil. As variedades com melhores pontuações, conforme a Avaliação Nacional de Vinhos, foram escolhidas por 120 enólogos no mês de agosto.

Sao elas: Chardonnay – Casa Valduga Vinhos Finos; – Riesling Itálico/ Chardonnay / Pinot Noir – Chandon do Brasil; Pinot Noir – Vinícola Geisse; Riesling Itálico – Cooperativa Vinícola Aurora; Chardonnay – Cooperativa Vinícola Nova Aliança; Chardonnay – Luiz Argenta Vinhos Finos; Chardonnay – Vinícola Góes e Venturini; Sauvignon Blanc – Vinícola Miolo; Cabernet Franc – Vinícola Salton; Bueno Bellavista Estate; Cabernet Sauvignon – Rasip Agropastoril; Malbec – Vinícola Almaúnica; Marselan – Vinícola Dom Cândido; Teroldego - Vinícola Don Guerino; Teroldego – Vinícola Monte Rosário; Vinhos Rotava; Merlot – Vinícola Perini.

O evento de apresentação teve como jurados 16 especialistas do Brasil e do Exterior, que comentaram as características da safra.

Considerada uma das maiores avaliações do mundo, o evento reuniu mais de 800 pessoas e teve 309 vinhos inscritos. Durante o evento, foram homenageados o enólogo chileno Mário Geisse e o jornalista Irineu Guarnier Filho com o Troféu Vitis.




sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O vinho e o sono

Além de reduzir o risco de doenças cardíacas, acidente vascular cerebral, envelhecimento prematuro e várias formas de câncer, o vinho tinto também ajuda o corpo a obter o descanso que ele precisa para se recuperar da rotina diária.

Um estudo de cientistas italianos da Universidade de Milão, publicado há alguns anos no Journal of the Science of Food and Agriculture, descobriu uma grande presença de melatonina em algumas variedades de uvas viníferas.

A melatonina é um hormônio que “avisa o corpo que é hora de dormir”, além de ser um potente antioxidante e desintoxicante das nossas células.

A pesquisa foi realizada com 8 diferentes cepas, todas provenientes de controlados vinhedos do Instituto Experimental de Viticultura, em Treviso, situado no nordeste da Itália:

Nebbiolo e Barbera, por serem as principais variedades do Piemonte

Sangiovese, pela sua relevância na Toscana

Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot, pela importância na produção mundial

Croatina e Marzemino, duas uva locais

A concentração de melatonina percebida pelos pesquisadores foi maior na cepa Nebbiolo, seguida pela Croatina e Barbera. Cabernet Sauvignon, Sangiovese e Merlot apresentaram índices considerados medianos, enquanto Marzemino e Cabernet Franc apresentaram apenas vestígios do hormônio.

O que se concluiu com esse estudo, é que o álcool presente no vinho pode não ser o único responsável pelo efeito relaxante que essa bebida proporciona. E, talvez, um copo de vinho tinto antes de dormir tenha mais vantagens do que imaginamos.

Mas, como a ciência só vive e evolui a partir do questionamento, é importante trazer um outro lado da moeda: alguns especialistas recomendam evitar o consumo de bebidas alcoólicas antes de dormir, pois o álcool poderia prejudicar o sono profundo, mantendo algumas pessoas somente nos estágios mais leves de sono. Dessa forma, é bom ficar atento para ver qual é a reação específica do seu corpo, antes de decidir o que é melhor para você. Na dúvida, obviamente, sempre procure um médico.

E, enquanto a ciência pesquisa, a gente desfruta. Com responsabilidade, é claro.


quarta-feira, 25 de setembro de 2013


O VINHO NA MAÇONARIA
por Maria Paula Boloca Carvalho Vendrell - Portugal


Dizem-se os filhos da luz e pretendem transformar homens bons em homens melhores. Segundo o Rito Escocês Antigo e Aceito, que assenta em três pilares – Sabedoria, Beleza e Harmonia percorrem o caminho que os leva ao Grande Arquiteto do Universo desde tempos imemoriáveis.

Transportam consigo a ciência do traço, o número e a regra no maior dos segredos. Quando partem, no céu são as estrelas que iluminam na terra os seus irmãos, transmitindo-lhes força, para que continuem fiéis aos seus ancestrais princípios.

Eles, os maçons, não querem nem precisam do poder dos profanos, porque são o poder que reconhece nos lugares sagrados a encarnação do divino na matéria. Com o cinzel, deixaram as suas marcas nas mais magníficas catedrais góticas da Idade Média que o mundo conhece.

Com o esquadro e o compasso estabeleceram planos, traçaram desenhos, calcularam e realizaram a obra que o Rei Salomão quis erguer, para louvar e honrar a memória do Deus de seu pai, o bíblico rei David, – o 1º Templo – em Jerusalém, guardião da Arca da Aliança que continha as Tábuas da Lei.

Senhores da Espada Flamejante dos Cavaleiros; do Triângulo do fogo ou da água; do divino Delta Luminoso e da Pedra Cúbica; retos como fio-de-prumo, escolhidos para transmitir a luz. Nos seus templos, colunas unem a terra com o céu, entre elas trocam segredos; e sobre elas colocam o fruto da união – como uma dádiva, bagos como favos de mel, sã a bela e perfeita Romã. No círculo mágico da sua Cadeia de União, na matéria geram energia, que eleva o espírito nas ocultas decisões, como uma barca se move na bruma sem se ver.

Diz a lenda, que com folhas de Acácia, símbolo da imortalidade, cobriram o túmulo do Mestre Hiram Abif – o egípcio Príncipe dos Arquitetos, que no silêncio escutava o vento do deserto que lhe devolvia respostas.

Procuram a verdade Universal, sobrepõem a espiritualidade ao materialismo, defendem a liberdade e os direitos humanos, a intimidade e convicções pessoais, solidários com os desfavorecidos querem a fraternidade entre os homens, tolerantes, de isenção política e religiosa, buscam o aperfeiçoamento individual, em democracia anseiam a paz entre os povos, defendem a natureza e o Universo

Juntam a lua com o sol, no brilho do orvalho da manhã, crescem na construção do seu próprio templo interior, onde um céu salpicado de estrelas, os leva para outra dimensão. Na sua fortaleza, tecem com fios de espectros, o deslumbramento da alma no seu Deus revelado. Há quem diga que a Bíblia é um documento de inspiração maçônica  Há quem associe o inicio da Maçonaria à construção do Templo, na época do Rei Salomão, ou que a coloque na alma dos arquitetos egípcios que ergueram as grandes pirâmides da história.

Amados e odiados, temidos e cobiçados, os maçons desde sempre foram perseguidos, e desde sempre resistiram às maiores atrocidades cometidas contra si.

Perpetuando no tempo, a sábia espiritualidade da alma numa dimensão atemporal, em corpos geometricamente concebidos, pela Mão de Deus. São a expressão visível do invisível, mantendo no seu poder a essência sagrada.

Nem Hitler, com a sua gigantesca maquinação conseguiu extorquir-lhes os mais ocultos mistérios. Nem na Idade Média, Filipe IV (o Belo), rei de França, os desmantelou, quando a 13 de Outubro de 1307 desencadeou a perseguição a todos os membros da Ordem. É então que os Cavaleiros Templários saem de França. Sendo acolhidos noutros países, (em Portugal a Ordem dos Templários foi reformulada em Ordem de Cristo), mas um grande grupo de cavaleiros ao fugir de França, consegue ir rumo à Irlanda e Escócia.

Por esta altura são divulgados os romances dos Cavaleiros da Távola Redonda, na busca do Santo Graal liderados por Sir Lancelot, Galahad e Percival, e é originado o Rito Escocês Antigo e Aceito, cuja religião aceita é a antiga, e sobre o qual assentam até hoje, as práticas rituais maçônicas, exercidas pela Maçonaria Regular oficialmente reconhecida em todo o mundo

Até meados do séc. XVIII, a maçonaria foi operativa, pois os maçons eram construtores, e é pela época em que o mais antigo e importante documento maçônico  denominado pelas “Constituições de Anderson” é concebido - 1723, que passa a ser especulativa. A origem do Rito Escocês Antigo e Aceito é posterior ao final do século XVII inícios de XVIII, sendo antes o rito mais antigo o de York.

Nos inícios da maçonaria, existiram algumas lojas de adoção só de homens, em que as mulheres em certas circunstâncias podiam assistir. No século XIX, como consequência do movimento reivindicativo feminista, formaram-se lojas femininas e mistas; embora em França a Grande Loja Feminina exista apenas acerca de 60 anos e em Portugal há aproximadamente 5 anos. Todavia ambas as maçonarias, masculina e feminina são guardiãs da mesma tradição segundo o R.E.A.A., e por isso usando dos mesmos símbolos, e praticando os mesmos ritos e rituais, até à atualidade.

Os maçons reúnem-se em Grandes Lojas ou Loja, onde cada irmão tem o seu Grau correspondente - basicamente (aprendiz, companheiro e mestre).

Após terminarem as sessões rituais de Loja, segue-se habitualmente o ágape, e no seu decurso bebe-se vinho, e com ele se fazem brindes, sendo que o vinho na Maçonaria tem um valor simbólico, remetido à fraternidade do espiritual, e relativamente às circunstâncias em que é utilizado, varia conforme ritos e rituais exercidos.

Na consagração de um Templo ou de uma Loja:
No decorrer de um processo de sagração maçônica  de um espaço devidamente decorado para poder ser caracterizado como um Templo Maçônico  é utilizado um ritual que evoca a construção do Templo de Salomão, assim, de uma ânfora de vinho tinto, faz-se derramar um pouco do mesmo sobre o quadro do tapete do Templo, que simbolizará a alegria que deve reinar entre os irmãos.

No início de um Ágape Maçônico:

Ágape é o nome atribuído a uma refeição maçônica, geralmente um jantar que se segue a uma reunião de maçons, ritualmente desenvolvida na respectiva loja, ou em assembleias da Grande Loja, que reúnem além do Grão-Mestre, representantes de todas as lojas.

No início de um Ágape, um maçom designado para o efeito, profere uma evocação simples, na qual é acompanhado por todos os presentes, em que toma numa mão um copo de vinho tinto e na outra um pedaço de pão, explicando que o vinho simboliza o espírito e o pão a matéria, ambos devem ser partilhados, em solidariedade para com os desfavorecidos, que sofrem por falta de bens espirituais ou materiais.

Durante o Ágape 
Maçônico

Iniciada a refeição ou banquete maçônico, normalmente e de forma ritual, desenvolvem-se sucessivamente no tempo, e sequencialmente três tipos de brindes com o vinho:

a) Por iniciativa do Venerável Mestre, no caso de um ágape de responsabilidade de uma Loja, ou de um Grão-Mestre no caso de um ágape da Grande Loja, este pode tomar a palavra para distinguir algum irmão presente, em que o saúda, e brinda do seu lugar, levantando-se, erguendo o copo e a taça, depois do Mestre-de-cerimônias anunciar solenemente que o Venerável, ou o Grão-Mestre deseja “beber vinho com”, ou brindar ao homenageado em causa, que igualmente de pé, retribui o brinde, e em silêncio, bebe da taça simultaneamente.

b) Por ordem do maçom que preside ao banquete, e depois de servido o primeiro prato (ou entrada), o Mestre-de-cerimônias propõe ou indica, quem vai propor uma série ritual de brindes proferidos, espaçadamente e sucessivamente, destinado ao:
- Chefe de Estado (Presidente da República, e por exemplo em Inglaterra á Raínha, e em Espanha ao Rei);
- Soberanos e Chefes de Estado que em todo o mundo protegem a maçonaria;
- Grão-Mestre; (ou Venerável Mestre);
- Grandes Oficiais;
- Aos ilustres visitantes;

Após estes brindes rituais, abre-se um período de brindes livres, em que qualquer maçom presente, pode propor um brinde de sua iniciativa
c) Finalmente, no encerramento do ágape maçônico  existe um brinde simbólico denominado brinde das 11 horas, que evidencia pela posição dos ponteiros, o aspecto de um compasso prestes a fechar-se, o que ocorre à meia-noite pela sobreposição dos ponteiros.

Neste brinde, o Grão-Mestre (ou Venerável Mestre) permanece sentado, e o maçom mais jovem (ou o aprendiz mais recente) coloca-se de pé imediatamente por detrás, coloca a sua mão esquerda no ombro direito daquele, ergue a sua taça e profere a seguinte saudação: “ A todos os maçons que se encontrem longe de suas casas, ou afastados dos seus, em sofrimento, ou em viagem, na terra, no ar, ou no mar, desejamos-lhes um pronto restabelecimento, e o seu regresso a casa, se assim o desejarem”.

Todos os maçons presentes, de pé, erguem então as suas taças de vinho, e respondem em uníssono: “ A todos os maçons”.
 
Em algumas ocasiões, quem preside ao banquete maçônico pode retribuir este brinde. Levanta-se, e de frente para o aprendiz, estando este com a taça erguida, toca-a com a sua, e declara: “meu irmão – eu não sou mais que tu”; de seguida tocam-se outra vez as taças, e declara: “meu irmão – tu não és menos do que eu”; depois, pela terceira vez, tocam-se as taças, e declara: “meu irmão, tu e eu somos iguais, bebamos juntos”, e de seguida, entrelaçam os braços e bebem simultaneamente. Os irmãos presentes saúdam este final com uma salva de palmas.

Qualquer das sessões de Loja ou de Grande Loja, são realizadas em espaços privativos ou reservados. Os ágapes maçônicos, embora possam também efetuar-se em restaurantes públicos, o local escolhido deve ser recatado e discreto, utilizando terminologia ritual.

Os brindes maçônicos são sempre feitos com vinho tinto, (pólvora negra) e de pé. Os copos são levados à boca de forma pausada e ritmada, que começa com o alinhar dos canhões (copos), apresentar armas, e apontar. São retribuídos por todos os maçons com a expressão “Fogo”.

Feito o brinde, bebido o vinho de forma ritual, em três tempos, (fogo, bom fogo e fogo à vontade), o copo retoma a sua posição na mesa, também com gesto ritual, sequencial, em três tempos, terminando com o pousar do copo, simultâneo com um ruído seco.

Não conheço bebida mais misteriosa que o vinho.
Não conheço homem mais enigmático que o maçom.
Não há bebida mais nobre que o vinho.
Não há homem de retidão mais implacável que o maçom.

Por isso a sua união é harmoniosamente perfeita.
A sabedoria conhece o que é Sagrado, e sabe que não deve ser profanado.
Há segredos que a Natureza e algumas mentes humanas luminosas, no seu imenso poder, jamais revelarão.

Maria Paula Boloca Carvalho Vendrell
Eng.ª T. Agro-Alimentar (Área – Enologia)

Agradecimentos:
Ao Venerável Dr. Luís Nandim de Carvalho, pela sua simpatia, pelo seu comportamento de verdadeiro maçom na disponibilidade prestada, por tudo o que com ele aprendi, pela indicação de documentos sobre maçonaria, e documentos cedidos sobre os rituais do vinho na maçonaria, que tornaram possível a realização deste artigo

À Dra. Olga Maria Serra, pela paciência com que me ensina tantas coisas sábias.


Bouchonné

Escrito por: Equipe Sobre Vinho



Em francês, bouchon significa rolha. Portanto, bouchonné, na tradução literal, é um vinho rolhado. Mas o que significa isto?

Bouchonné ou doença da rolha é um vinho que foi infectado por um composto tricloroanisol, conhecido como TCA. Uma substância química que surge da presença de fungos na rolha de cortiça. Tal elemento ofusca os verdadeiros aromas do fermentado, dando-lhe um cheiro terrível de mofo.

O TCA só pode ser identificado depois de o vinho ser aberto. Em estágios iniciais, o aroma pode não ser reconhecido, causando certa controvérsia entre os especialistas. No entanto, quando consumido, o fermentado perde o sabor da fruta e desenvolve gostos que vão do mofado ao avinagrado, tornando-se intragável.

Bouchonné faz mal?

Não há componentes que sejam prejudiciais à saúde em um vinho bouchonné. O fermentando conta apenas com cheiro e gosto ruins, fazendo mal ao paladar.

Qual a chance de comprar um vinho bouchonné?

Estima-se que 5% dos fermentados de uva produzidos no mundo vedados com rolha de cortiça estejam contaminados pela doença da rolha. Número equivalente a mais de um bilhão de garrafas por ano, que independem da qualidade, nível ou procedência do vinho.

Se for servido um vinho bouchonné em um restaurante, pode trocar?

Claro! Todo restaurante com um serviço bom de vinho irá trocar sua garrafa sem titubear e um sommelier bem preparado irá saber identificar a bebida que estiver com o problema. Apenas lembre-se que não vale trocar a garrafa porque não gostou do vinho.

Existe alguma solução para evitar o bouchonné?

Além de uma higiene mais cuidadosa e da guarda correta dos vinhos, o bouchonné pode ser evitado quando a rolha de cortiça for trocada por modelos sintéticos de rosca, plástico ou screw cap. No entanto, os enófilos mais tradicionais detestariam aposentar o saca-rolhas.

Os brasileiros, principalmente, são muito resistentes a essa mudança. Sempre acham que os vinhos com embalagens que não sejam com rolha de cortiça são inferiores, o que não é verdade.


domingo, 22 de setembro de 2013



Os benefícios que o vinho traz à saúde são frequentemente estudados, por especialistas no mundo todo. Mas foi da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, no Brasil, que recentemente saiu uma interessante pesquisa.

Esse estudo, realizado no Laboratório de Desenvolvimento de Alimentos Funcionais, analisou um total de 666 diferentes vinhos tintos produzidos na América do Sul, com rótulos brasileiros, argentinos, uruguaios e chilenos, todos com preços abaixo de 50 dólares, e todos monovarietais.

Com a ajuda do Instituto de Matemática e Estatística da USP, foi desenvolvido um modelo matemático que, através de inúmeros cálculos, envolvendo parâmetros como a capacidade antioxidante e o teor de compostos fenólicos, mede a funcionalidade de cada vinho.

Funcionalidade é a capacidade que um alimento tem de proporcionar benefícios à saúde. 

Daí o termo “alimentos funcionais”.

Os resultados da pesquisa permitiram classificar os vinhos em 3 categorias: baixa, média e alta funcionalidade. Dentre as cepas avaliadas (Cabernet Sauvignon, Malbec, Carmenère, Tannat, Merlot e Syrah), os melhores resultados apareceram em rótulos de Malbec e de Tannat, produzidos na Argentina, com preço acima de 15 dólares.

Os pesquisadores acreditam em uma utilidade bastante prática para esse estudo. Segundo eles, o modelo matemático desenvolvido pode vir a ser utilizado na criação de um tipo de “selo de qualidade” para vinhos, como forma de diferenciá-los, evidenciando ao consumidor quais têm maior potencial de fazer bem à sua saúde.

A pesquisa, coordenada pela professora Inar Castro, será publicada no prestigiado Australian Journal of Grape and Wine Research.

Como sempre, vale ressaltar: o consumo moderado de vinho traz, sim, inúmeros benefícios à saúde, mas não é indicado para todos. Na dúvida, consulte um médico.